Cigarro Eletrônico faz mal para a saúde? É menos prejudicial?
Antes de começar a maéria sobre a dúvida se o […]
Antes de começar a maéria sobre a dúvida se o cigarro eletrônico faz mal para a saúde ou não vamos entender:
O que é o cigarro eletrônico?
O cigarro eletrônico, também chamado de e-cigarro, é um dispositivo movido à bateria, que simula a experiência de um cigarro comum, supostamente com menos riscos à saúde por conter apenas vapores de nicotina, sem o alcatrão nem as centenas de outras substâncias nocivas do cigarro. Porém, conforme explicaremos, ter menos risco não significa estar isento de riscos.
Os cigarros eletrônicos têm ganhado popularidade nos últimos anos, principalmente entre a população mais jovem e os fumantes que desejam uma forma menos nociva de consumir a nicotina. Mesmo no Brasil, onde o e-cigarro tem a sua comercialização proibida*, o produto tem gerado muita curiosidade e angariado adeptos, que adquirem o dispositivo através da Internet ou em viagens a países que permitem a sua venda, tais como Estados Unidos, França, Itália ou Portugal.PROPAGANDA COMERCIAL
* No Brasil, a lei não permite a produção e a comercialização dos cigarros eletrônicos, mas o seu uso não é considerado crime.
Quais substâncias existem no fumo do cigarro eletrônico?
Ao contrário dos cigarros convencionais, que queimam tabaco pra gerar fumo, os cigarros eletrônicos vaporizam um líquido, que alguns chamam de e-líquido, e-suco ou e-juice. Esse e-líquido é comprado à parte em pequenos frascos (chamados de refills), já havendo no mercado mais de 7000 variações de sabores.
Muitas pessoas acreditam incorretamente que esses e-cigarros produzem vapor de água, quando, na verdade, eles criam aerossóis que contêm substâncias químicas nocivas e partículas ultra-finas que são inaladas para os pulmões.
A maior parte dos líquidos à venda são compostos por nicotina (existem também e-líquidos sem nicotina), propilenoglicol (glicerol) e aromas. Porém, uma grande variedade de outras substâncias já foram identificadas, tais como estanho, chumbo, níquel, crômio, nitrosaminas e compostos fenólicos, alguns destes com potencial carcinogênico, conforme veremos mais à frente quando formos discutir os malefícios dos e-cigarros.
O teor de nicotina contido no e-líquido costuma variar de zero até 36 mg/mL. As concentrações mais comuns são as de 6 mg/mL, 12 mg/mL, 18 mg/mL ou 24 mg/mL.
Porém, estudos têm mostrado que o teor de nicotina atestado pelos fabricantes nem sempre é confiável, sendo frequentemente maior do que aquele indicado nos rótulos. Há inclusive e-líquidos que dizem ser livres de nicotina, mas que ao serem analisados, apresentavam nicotina no seu conteúdo.
Quais são os fatores negativos do uso do cigarro eletrônico?
Se por um lado parece ser verdade que o cigarro eletrônico faz menos mal para a saúde do que os cigarros convencionais, também é verdade que eles não são de forma alguma produtos isentos de riscos à saúde.
Por ser um produto relativamente novo e que passou a receber atenção dos órgãos governamentais somente recentemente, não há ainda grandes estudos científicos sobre as consequências do uso prolongado do e-cigarro. Apesar de teoricamente ser mais seguro que o cigarro comum, não há evidencias científicas que confirmem essa suposta maior segurança. Esse é o motivo pelo qual países como Brasil, Áustria, Argentina, Canadá e Colômbia não permitem a sua comercialização. Outros, como Austrália, Dinamarca, Bélgica e Austrália só permitem a venda de cigarros eletrônicos sem nicotina.
Mas as preocupações com o cigarro eletrônico não estão apenas relacionadas à falta de estudos a longo prazo. Algumas das substâncias presentes no e-líquido são sabidamente nocivas.
Cigarros eletrônicos e explosões…
Falhas da bateria do e-cigarro podem resultar em explosões e queimaduras. Um estudo publicado pelo Jornal Britânico de Medicina (BJM) mostrou que entre 2015 a 2017 os departamentos de emergência dos hospitais dos EUA atenderam a cerca 2000 casos de queimaduras resultantes de explosões de e-cigarros.
Resumindo: Cigarro eletrônico faz mal para a saúde? faz menos mal que o cigarro convencional?
- Usar e-cigarros é provavelmente menos prejudicial à saúde do que fumar cigarros convencionais, mas não sabemos exatamente o quão seguros eles são para os fumantes ativos e passivos.
- O cigarro eletrônico mantém a exposição do usuário à nicotina, muitas vezes em níveis semelhantes ao do cigarro comum. A nicotina é uma substância altamente viciante, mas o seu consumo a longo prazo não parece elevar o risco cardiopulmonar nem de câncer.
- As consequências para a saúde da exposição ao vapor do e-líquido ainda são desconhecidas, mas os estudos iniciais apontam para alterações na função respiratória. Essas alterações, porém, parecem ser menos graves que aquelas provocadas pelo cigarro comum.
- O uso de alguns produtos derivados do THC nos e-cigarros parece estar associado a grave complicação pulmonar aguda.
Não coloque sua vida em risco com o uso de sustâncias nocivas. Não caia no conto do vigário que o cigarro eletrônico faz menos para a saúde que o cigarro convencional. Ambos são drogas e que precisam estar longe da nossa vida.